Pular para o conteúdo principal

Pequeno roteiro para trabalhos científicos em interpretação geofísica

Pequeno roteiro para trabalhos científicos em interpretação geofísica

Introdução
Apresentação do tema. Motivação. Objetivos a alcançar. Hipótese testada.

Contexto Geológico (pode ser um item separado ou estar na introdução)
Toda a base geológica necessária para entender a interpretação. Esta parte do texto prepara o leitor para entender a geologia da área.

Métodos
Métodos ou Metodologia? Métodos são mais comuns. Metodologia é “o estudo do método”, só use se for aplicável ao seu estudo (trabalho metodológico). Descreva os dados e os métodos utilizados. Dados: resolução espacial (tamanho de célula, distância entre pontos ou linhas de voo). Métodos: quais métodos geofísicos e técnicas foram utilizadas? No que se baseiam? No caso de técnicas, quais os autores principais?

Resultados
Descreva o que foi criado no trabalho, sem interpretações. Aqui entram mapas, lineamentos e polígonos interpretados, modelos, etc. Mas não entra a sua opinião! Esta seção é para descrever o resultado apenas.

Discussão
Aqui sim, interprete conforme a sua opinião. Apresente e forneça uma opinião sobre o significado de cada resultado. Todos os resultados citados na seção anterior devem ser incluídos. Todas as opiniões dever estar muito bem embasadas pela literatura. Não apoie sua opinião em apenas uma publicação. Dê preferencia a publicações de tipos de maior circulação, como artigos. At the end of the day, artigos internacionais frequentemente vão ter maior peso.

Conclusões ou considerações finais
As conclusões dever sumarizar as principais ideias apresentadas no trabalho. Não emita opiniões ou inclua figuras que não estejam apresentadas nos itens anteriores. Se for importante, deveria estar em algum outro item passado. 

Agradecimentos
Não esqueça de agradecer respeitosamente universidades e instituições que forneceram infraestrutura ou apoio financeiro, e entidades de fomento que forneceram apoio financeiro ou de outro tipo. Se estiver em um projeto, cite o número do projeto (a CAPES possui uma frase específica para ser citada, confira). Agradeça pessoas que revisaram o texto mas não são autores, e autores que iniciaram o trabalho mas decidiram sair no decorrer da pesquisa. Técnicos de laboratório ou o grupo de trabalho.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O uso de filtros na análise de dados magnetométricos e gravimétricos

Para uma abordagem mais interpretativa dos dados, é uma prática comum a composição de um conjunto de mapas com diversas informações diferentes, extraídas do dado inicial processado. Para tal, os dados gravimétricos e magnéticos iniciais, respectivamente anomalia de ar-livre e a anomalia de campo total, passam por processos de filtragem. Em geral, primeiramente, a partir dos dados  gravimétricos é criado um mapa de Anomalia Bouguer, e com os dados magnéticos, são compostos os mapas de redução ao polo e amplitude do sinal analítico. Alguns outros filtros, que podem adicionalmente ser aplicados são as derivadas verticais, horizontais e Tilt (TDR) (MILLER e SINGH, 1994; VERDUZCO et al., 2004), o mapa de gradiente horizontal total, o filtro de amplitude do sinal analítico e os filtros passabanda (BLAKELY, 1996, TELFORD et al., 1990). É recomendada a aplicação de diversos filtros como ferramenta auxiliar de interpretação. Contudo, é preciso atentar para o significado do resultado de...

Introdução a uma nova visão de margem passiva.

( Texto modificado de Alves, 2011 ) No estudo de margens passivas, o s m odelos mais recentes apresentam uma complexidade que não era estudada há alguns anos atrás. São modelos multifásicos, que apresentam estruturas geradas pela oceanização, mas não geram subitamente uma crosta oceânica.  As novas descobertas acerca da transição continente-oceano tornam obsoleta aquela imagem de uma transição abrupta e simples da crosta continental para a crosta oceânica (Cannat et al., 2009). Uma grande fonte de informação para a criação dos novos modelos de margens são as  expedições  oriundas do International Ocean  Drilling Program ( DSDP , ODP , IODP ). Elas foram responsáveis por trazer u ma gama de informações provenientes de dados de rocha e geofísicos coletados ao redor do mundo, e embasam  a nova visão sobre as margens continentais. A mudança na visão clássica Em geral, o s modelos de margem continental passiva mais divulgados pelos cursos de geologia  sã...

Onde está a crosta oceânica?

O modelo  clássico  de crosta oceânica, assumido pela maior parte dos geólogos, segue a seção do modelo de Penrose (Figura 1; Anônimo, 1972).   No entanto, sabe-se hoje que há outros tipos de crostas nas bacias oceânicas que não são explicadas por este modelo clássico. O modelo de Penrose agora é um dos modelos possíveis para descrever a crosta formada em uma zona de espalhamento oceânico (  Manatschal e Müntener, 2009) Figura 1 - O modelo clássico de crosta oceânica ( Queiroga et al. 2012). Onde começa a crosta oceânica "clássica", e o que há entre ela e o limite crustal continental Segundo os modelos mais modernos de margens continentais, o início da crosta oceânica típica (modelo de Penrose, Figura 1) pode ou não estar junto da margem continental. Isto porque, a depender da velocidade de espalhamento e da história de formação da litosfera continental, a acreção crustal gerada no centro de espalhamento oceânico pode resultar em diversos tipos de "crost...