O modelo clássico de crosta oceânica, assumido pela maior parte dos geólogos, segue a seção do modelo de Penrose (Figura 1; Anônimo, 1972). No entanto, sabe-se hoje que há outros tipos de crostas nas bacias oceânicas que não são explicadas por este modelo clássico. O modelo de Penrose agora é um dos modelos possíveis para descrever a crosta formada em uma zona de espalhamento oceânico ( Manatschal e Müntener, 2009)
Onde começa a crosta oceânica "clássica", e o que há entre ela e o limite crustal continental
Segundo os modelos mais modernos de margens continentais, o início da crosta oceânica típica (modelo de Penrose, Figura 1) pode ou não estar junto da margem continental. Isto porque, a depender da velocidade de espalhamento e da história de formação da litosfera continental, a acreção crustal gerada no centro de espalhamento oceânico pode resultar em diversos tipos de "crosta".
Em geral, centros de espalhamento oceânico mais rápidos geram crostas mais ricas em vulcânicas básicas junto à margem continental. Neste caso, a crosta oceânica tende a ser mais próxima do tipo Penrose. Estas margens são chamadas "margens vulcânicas".
Centros de espalhamento mais lentos tendem a ter menor quantidade de vulcanismo básico. Em alguns casos, a quantidade é tão reduzida que pode permitir a exumação do manto sub-litosférico. Estas são as margens passivas "pobres em magma" (referidas em inglês como magma-poor margins).
No contexto de uma margem pobre em magma, a crosta presente junto ao limite crustal continental não é a crosta oceânica clássica, e sim um tipo diferente, composta por rochas do manto intrudidas por rochas básicas. Se a quantidade de rocha básica for suficiente na margem observada, pode-se formar uma crosta proto-oceânica sobre o manto exumado intrudido.
Neste contexto, a crosta oceânica tipo Penrose vai estar presente em uma região mais afastada, em direção ao oceano, onde o centro de espalhamento oceânico esteja bem estabelecido e funcionando com maior velocidade. Entre a crosta oceânica "real" e a crosta continental, haverão tipos crustais intermediários.
Comparando os modelos de crosta descritos nas bacias oceânicas (Figura 2), é possivel dizer que os tipos resultantes da acreção crustal oceânica estão entre dois end members: o modelo de Penrose, para velocidades de espalhamento mais rápidas, e o modelo de Hess, para centros de espalhamento ultra-lentos (Dick et al., 2006).
Figura 2 - Exemplo de progressão no tipo crustal de acordo com a variação na velocidade de espalhamento oceânico apresentado em Dick et al. (2006). Em A, a crosta corresponde ao modelo "clássico" de crosta oceânica, o modelo de Penrose baseado no ofiolito de Oman. É o tipo presente em centros de espalhamento oceânico rápidos. Em D, a crosta apresentada corresponde ao modelo de Hess, composta predominantemente por manto exumado. B e C são modelos de crosta intermediários entre A e D.
========================================
Referencias aqui
Figura 1 - O modelo clássico de crosta oceânica (Queiroga et al. 2012).
Onde começa a crosta oceânica "clássica", e o que há entre ela e o limite crustal continental
Segundo os modelos mais modernos de margens continentais, o início da crosta oceânica típica (modelo de Penrose, Figura 1) pode ou não estar junto da margem continental. Isto porque, a depender da velocidade de espalhamento e da história de formação da litosfera continental, a acreção crustal gerada no centro de espalhamento oceânico pode resultar em diversos tipos de "crosta".
Em geral, centros de espalhamento oceânico mais rápidos geram crostas mais ricas em vulcânicas básicas junto à margem continental. Neste caso, a crosta oceânica tende a ser mais próxima do tipo Penrose. Estas margens são chamadas "margens vulcânicas".
Centros de espalhamento mais lentos tendem a ter menor quantidade de vulcanismo básico. Em alguns casos, a quantidade é tão reduzida que pode permitir a exumação do manto sub-litosférico. Estas são as margens passivas "pobres em magma" (referidas em inglês como magma-poor margins).
No contexto de uma margem pobre em magma, a crosta presente junto ao limite crustal continental não é a crosta oceânica clássica, e sim um tipo diferente, composta por rochas do manto intrudidas por rochas básicas. Se a quantidade de rocha básica for suficiente na margem observada, pode-se formar uma crosta proto-oceânica sobre o manto exumado intrudido.
Neste contexto, a crosta oceânica tipo Penrose vai estar presente em uma região mais afastada, em direção ao oceano, onde o centro de espalhamento oceânico esteja bem estabelecido e funcionando com maior velocidade. Entre a crosta oceânica "real" e a crosta continental, haverão tipos crustais intermediários.
Comparando os modelos de crosta descritos nas bacias oceânicas (Figura 2), é possivel dizer que os tipos resultantes da acreção crustal oceânica estão entre dois end members: o modelo de Penrose, para velocidades de espalhamento mais rápidas, e o modelo de Hess, para centros de espalhamento ultra-lentos (Dick et al., 2006).
Figura 2 - Exemplo de progressão no tipo crustal de acordo com a variação na velocidade de espalhamento oceânico apresentado em Dick et al. (2006). Em A, a crosta corresponde ao modelo "clássico" de crosta oceânica, o modelo de Penrose baseado no ofiolito de Oman. É o tipo presente em centros de espalhamento oceânico rápidos. Em D, a crosta apresentada corresponde ao modelo de Hess, composta predominantemente por manto exumado. B e C são modelos de crosta intermediários entre A e D.
========================================
Referencias aqui
Obrigado pela exsplicação
ResponderExcluir